Pedro Henriques confirma ofertas do Benfica (de 4 passou para 2 jantares). Em 2008 Benfica oferecia jarras de cristal. BdC indigna peruanos

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, revelou no programa Prolongamento, da TVI 24, que o Benfica oferecia uma lembrança aos árbitros que apitavam os jogos da equipa principal bem como da equipa B, respetivamente na Luz e no Seixal.

Ora bem, essa caixa, segundo escreve o DN, existe mesmo mas, ao contrário do que sucedia há duas épocas, não dá direito a quatro jantares por cada elemento da equipa de arbitragem, mas apenas dois. Fonte do Benfica acrescentou que esse convite duplo para refeição tem um valor a rondar os 60 euros.

O ex-árbitro Pedro Henriques dá a cara e confirma o conteúdo da caixa deixada em Alvalade. “Aquilo que o presidente Bruno de Carvalho disse não é surpresa nenhuma e é o que se passa de facto na atualidade. Benfica criou uma espécie de linha de merchandising no jogo da Taça Eusébio no passado verão. E a partir daí oferece como lembrança, aos árbitros que apitam o Benfica e o Benfica B na Luz e no Seixal, uma caixa que inclui uma camisola não oficial, entradas para o museu e vouchers de jantar. Os árbitros têm comunicado essa situação e o Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem, e o José Gomes, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), estão ao corrente”, começa por dizer Pedro Henriques ao DN. Jantar? Não, obrigado “Aquilo que sei é que os árbitros têm feito questão de não utilizar o voucher de refeição, que é a única oferta não mensurável, e a Comissão de Arbitragem está a par disso”, refere o antigo juiz. Segundo o diário, os vouchers estão numerados e até ao momento, na presente temporada, nenhum árbitro, delegado e observador os utilizou.

Em 2008 houve um caso similar, que foi decidido pela extinta Comissão Disciplinar da Liga, e cujo acórdão fez jurisprudência. Nesse acórdão de 17 de julho de 2008 a jarra de cristal dada pelo Benfica ao árbitro Rui Silva num encontro com a Naval foi enquadrada nas “ofertas de mera cortesia, que constituem praxe social desportiva, de carácter generalizado e indiferenciado, enquanto pequenas recordações diretamente relacionadas com um jogo”. Na conclusão pode ler-se que “a oferta é, de forma manifesta, caso paradigmático de oferta meramente simbólica, de gesto de mera cortesia, pois que se trata de peça de vidro com expressa menção das equipas intervenientes”. O processo foi arquivado. 

Críticas indignaram os peruanos. As declarações de Bruno de Carvalho sobre Carrillo na entrevista à TVI 24 despertaram uma onda de indignação no Peru. Salientando que o presidente do Sporting colocou em causa as “inegáveis qualidades” do Culebra, a Imprensa local acusou o dirigente máximo dos leões de ser o “único culpado” do diferendo entre as partes. Contudo, a polémica não se ficou pela comunicação social daquele país sul-americano e estendeu-se ao seio da seleção peruana, com vários colegas a demonstrarem, uma vez mais, a solidariedade para com o momento difícil que vive o Culebra em Alvalade.